terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Crise na construção?
O ritmo da construção civil caiu este ano na maioria das capitais brasileiras. A maior queda foi em São Paulo – de quase 30% no lançamento de novos prédios. E os preços, que já subiram muito nos últimos anos quando o mercado estava muito aquecido, agora devem ficar estabilizados, segundo representantes do setor.
Neste cenário, o consumidor ficou menos afoito e as construtoras mais cautelosas. É que lançar novos empreendimentos, ficou mais caro: “Pelo preço do terreno, pelo preço da mão de obra, devido a esse boom imobiliário que teve há dois, três anos atrás… Então isso tudo vai influenciando no preço final do apartamento e obviamente, dificulta isso, dá um breque nos lançamentos que existem na cidade”, conta Marcelo Bigucci, diretor de construtora.
Preços “comportados”
Outro levantamento, da Câmara Brasileira da Indústria da Construção revela que no Rio de Janeiro as vendas de imóveis reduziram quase 20%, nos seis primeiros meses do ano. Em Belo Horizonte e Fortaleza, os lançamentos de novos empreendimentos também caíram.
Empresa faturou R$ 4,1 bilhões em 2011 e construiu 40 mil unidades
Rotina. Rubens Menin não passa um dia sem estar ligado na empresa. Ele viaja duas vezes por semana para visitar obras em 118 cidades
No ano passado, a MRV Engenharia construiu 40 mil apartamentos e faturou R$ 4,1 bilhões. Atualmente, tem 350 obras em 118 cidades. Mas Rubens Menin, com números certeiros do déficit habitacional brasileiro, diz que a MRV precisa continuar a crescer, devido à demanda do mercado. “No Brasil, são formadas 1,5 milhão de novas famílias por ano; e, no país, são construídas 450 mil novas moradias por ano. O México, por exemplo, está produzindo 850 mil moradias por ano”, conta o empresário.
Para Menin, é preciso fazer três vezes mais o que o Brasil produz atualmente. “Então, temos muito o que fazer para o futuro”, diz o presidente, que conhece construtoras do mundo inteiro. Para o empresário, são pouquíssimas as empresas no planeta – duas na China, uma no México e a MRV no Brasil – que conseguem ter nível de produção em larga escala. “A gente faz por ano o equivalente a uma cidade do tamanho de Varginha”, referindo-se às 40 mil unidades anuais que podem abrigar 120 mil habitantes.
A permanência da sede da empresa em Belo Horizonte, mesmo depois de 33 anos de vida da MRV, está na vantagem competitiva do Estado, que é muito grande. “A gente tem os melhores cérebros aqui”, admite Menin. Ele elogia as universidades e diz que tem quase mil estagiários. “Em Minas, quando comparamos nosso custo administrativo com o das outras empresas que estão fora daqui, como as de São Paulo, ele é 20% mais baixo, e os resultados são mais eficientes”, confirma.
Quando o assunto muda para a mão de obra, Menin diz que não há mais problemas e logo pede fotos “bacanas” para a secretária. Uma delas mostra uma sala de aula de uma das mais de 80 escolas de capacitação de trabalhadores que a MRV tem no Brasil. Menin também mostra, empolgado, a foto de um canteiro de obra da construtora em Brasília, onde estão estacionados carros e motos dos empregados.
Maior operador do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida, Menin diz que o diferencial da MRV é que a construtora faz mais do que o cliente espera, com paisagismo e área de lazer nas construções.
Menin relembra os três momentos mais importantes na história do crescimento da empresa, dentre eles, o Plano Real, em 1994. Para Menin, não existe nada em larga escala sem estabilidade no mercado. A expansão geográfica da empresa e a abertura de capital da MRV em 2007 foram os outros dois pontos. “Foi um grande desafio, o de crescer com consistência”, diz Menin.
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